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Em 2023, as exportações de madeira pelo Pará totalizaram mais de US$ 212 milhões, apresentando uma redução significativa de 39% em comparação com o ano anterior. Este declínio é atribuído, em parte, à diminuição no preço por tonelada, que passou de US$ 1,3 mil em dezembro de 2022 para US$ 877 em dezembro de 2023, representando uma queda de mais de 34%.

Os dados, divulgados pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), baseiam-se em relatórios do Ministério de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O Pará mantém sua posição como o maior exportador de madeira nativa no Brasil, sendo o quarto maior exportador nacional, seguindo os estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que têm suas produções centradas em madeira de reflorestamento.

O contexto nacional também reflete essa tendência, com o Brasil experimentando uma retração de 27% no valor (US$ 3,4 bilhões) e 18,9% na quantidade exportada (7,7 milhões de toneladas) no comércio internacional de madeira em 2023. Vários fatores, como os impactos pós-pandemia de Covid-19, conflitos internacionais e estoques acumulados, contribuíram para essa diminuição.

Guilherme Carvalho, consultor técnico da Aimex, destaca que fatores globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e conflitos adicionais, afetaram os maiores importadores de madeira do Pará, os Estados Unidos e a União Europeia. O aumento das taxas de juros nesses países impactou diretamente o consumo, influenciando as compras de móveis e produtos de madeira.

Os Estados Unidos continuam sendo o principal parceiro comercial do Pará, respondendo por 30% das exportações de madeira em 2023, enquanto a União Europeia lidera como destino principal, representando aproximadamente 45% do total. Produtos de alto valor agregado, como pisos, decks e madeira serrada, dominaram as exportações para esses destinos.

Destaca-se o crescimento das exportações de madeira em tora da espécie teca em 2023, oriunda de áreas de reflorestamento. Esse aumento, principalmente para a Índia, contribuiu com um acréscimo de US$ 18 milhões nas exportações.

O presidente da Aimex, Deryck Martins, ressalta a importância de valorizar a produção local de madeira, destacando sua tecnologia avançada e a geração de empregos e receitas internas. Quanto ao cenário futuro, Carvalho expressa incerteza para as exportações em 2024, considerando fatores como a instabilidade econômica mundial e conflitos geopolíticos em curso.

Texto editado e adaptado. Leia matéria na íntegra em: https://www.portalsantarem.com.br/noticias/conteudo/exportacoes-de-madeira-pelo-para-caem-39-em-2023/149397